8.3. Intervenção: Características finais do Artefacto (Parte II)

Características finais do Artefacto (Parte II)

Sinopse

ANAMNESE, IN NEXUM é uma obra artística imersiva e uma viagem investigativa que se aprofunda nas relações entre o passado e o presente através de Narrativas Transmédia. Tendo como caso de estudo a vila da Golegã, a obra emprega Realidade Aumentada e Portais Narrativos para entrelaçar memórias dos habitantes e afiliados da vila da Golegã com o espaço que “habitam” (física e/ou emocionalmente), revelando a intrincada tapeçaria de conexões humanas que moldam a experiência coletiva. A obra propõe experiências interativas, construídas para aprofundar a conexão emocional e cognitiva do público com o local. Os visitantes são convidados a explorar e ativar as narrativas através da app Artivive e da instalação que responde à sua curiosidade, transformando a observação passiva num diálogo ativo com a arte. A utilização de semi-esferas como portais, onde as narrativas de realidade aumentada revelam camadas ocultas de estórias, conectam visualmente o presente ao passado. A obra-projeto não só reconstrói memórias mas, também, promove uma reflexão sobre a natureza da história e das relações humanas, através de uma recolha de testemunhos e da sua aplicação sensível ao contexto. Elementos visuais são complementados com uma paisagem sonora que evoca a atmosfera da Golegã, permitindo aos visitantes estar física e digitalmente na pulsação do local. “Anamnese, in Nexum” não pretende ser só uma obra artística mas, simultaneamente, um convite para viajar no tempo e no espaço, desafiando as definições tradicionais de história e memória, e promovendo um entendimento mais profundo das conexões comunitárias que definem a experiência humana. Talvez, quiçá, um potencial discere in tempore (aprender com o tempo).


Conceitos-chave

Narrativas Transmédia, Realidade Aumentada, Conexões Comunitárias, Estórias, Golegã.


Biografia

Ana Raquel Morgado Gouveia é doutoranda em Média-Arte Digital pela UAlg e Uab. Licenciada e mestre em Design pela Universidade de Évora, especializou-se na área de comunicação com enfoque transdisciplinar, destacando-se com um Trabalho de Projeto de mérito científico reconhecido. Exerce a sua profissão como full time Designer e investigação em Design e Arte. Os seus interesses de investigação incluem a intersecção de tecnologia, experiências interativas e áreas socioculturais. Em 2023, integrou o centro de investigação CIAC como investigadora associada.

Materiais e Ténicas

O projeto utiliza uma gama de materiais aliados a tecnologias digitais para criar os portais narrativos interativos. Esses portais são instalações físicas de cúpulas semi-esféricas, que contêm imagens panorâmicas imersivas dos locais emblemáticos da vila da Golegã. As imagens são equipadas com gatilhos visuais (mínimo 3 por imagem/portal), que ativam a tecnologia de realidade aumentada, revelando vídeos de testemunhos em primeira mão. Cada portal serve como um capítulo na narrativa mais ampla, ligando estórias e insights à paisagem física da Golegã, acompanhados pelo som ambiente captado na vila em si. 

 

As técnicas envolvem o uso do software Photoshop e do plugin Flexify 2 para preparar as imagens panorâmicas recolhidas com máquina fotográfica Canon 750D e iphone 15. A preparação envolve a transformação das imagens em tiras/gores que, pós-impressão e assemblagem, formam as semi-esferas. As fotografias são geograficamente representativas, requerendo deslocação aos locais para a sua recolha. A estrutura narrativa do projeto é suportada pela aplicação digital Artivive, que permite a experiência interativa e a acessibilidade aos vídeos-testemunhos. Essa efetivação é conseguida ativando a ligação entre secções visuais e conteúdos vídeo na interface do website Artivive. Os conteúdos vídeo são recolhidos segundo o formato de entrevistas semiestruturadas, através dos equipamentos de iphone 15 e, posteriormente, passam por um processo de corte e edição simples nos software Capcut e Quicktime Player. A preparação do paisagem sonora decorre com a deambulação pela vila e a simultânea captação da sua sonoridade, através de iphone 15, que é compilada numa playlist. Os materiais para os aspetos de construção da instalação incluem a aquisição das semi-esferas (acrílicas de 40cm de diâmetro) e as impressões (papel couchê matte 140g) de qualidade para formação das imagens/portais imersivos que se adaptam às semi-esferas.

 

Equipamentos e outros requisitos para Montagem

A montagem da obra requer uma orquestração de elementos físicos e digitais. O hardware necessário para a instalação dos portais narrativos inclui duas possibilidades expositivas: (1) suspensão com cabos de suspensão ou fio de coco inseridos nos furos superiores das semiesferas, ou (2) elevação com utilização de tripés (altura variável entre 78 a 210cm) acoplados nos furos inferiores das semiesferas. O complemento da paisagem sonora requer a existência de um sistema de som, nomeadamente uma coluna bluetooth sem fios, para elaboração do ambiente desejado. Quanto às necessidades de interação com a obra/realidade aumentada, disponibiliza-se um equipamento tablet e/ou um smartphone com a app Artivive instalada. No espaço da exposição será necessário ocupar uma zona com dimensões que permitam a movimentação dos visitantes, podendo esta ser perto ou longe de uma parede. A flexibilidade e portabilidade da obra é uma mais valia na sua apresentação e, portanto, poderá adaptar-se a uma grande variedade de espaços com diferentes conformações. Serão necessárias ferramentas básicas para montagem, desmontagem e potenciais reparações dos portais suspensos, como tesoura, x-ato, fita-cola, cola líquida e fita-cola de dupla face. Dá-se, também, preferência a uma zona bem iluminada para visualização do artefacto sem sobras e, consequentemente, uma interação desimpedida e natural.



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