8.4. Intervenção: Exposição Colaborativa

Circuitos: Exposição de Média-Arte Digital

Curadoria Colaborativa

Logótipo

Figura 1: Logótipo final

“Circuitos” é a designação definida para divulgar e comunicar a 11ª Exposição do Retiro Doutoral em Média-Arte Digital. Representa o presente e o passado, o virtual e o físico, o material e o imaterial, gerando momentos de exploração e experimentação da média-arte digital. É uma abordagem contemporânea que incorpora práticas e intervenções urbanas, colaborativas e em rede, cuja energia é ativada pelo público, que testa e experimenta novos ambientes. 


O logótipo foi inspirado no artigo de Priscila Arantes "Curadoria, arte contemporânea e novos circuitos”. Arantes (2010) propunha oferecer ao público a possibilidade de ter acesso a uma curadoria que se expande para além do espaço expositivo tradicional. As linhas retas, que representam um circuito elétrico, remetem para um conjunto de dispositivos – entre eles geradores, resistores, recetores, indutores – em que o fio condutor permite a passagem da energia gerada pela interação do público.


A criação do logótipo envolveu duas fases: (1) a criação gráfica, que partiu da participação conjunta de todos os artistas-investigadores e da relação com o local (Instalações da Rua Almirante Barroso da UAb), em que o retângulo verde representa a casa e a abertura ao conhecimento, associadas às várias interações de saberes e experiências, que almejam gerar energia, pensamento crítico, novos conhecimentos e perceções, reflexão, manifesto e interação; (2) em brainstorming, os artistas idealizaram soluções para criar uma narrativa concordante, analisando um conjunto de propostas, com uma atitude de crítica construtiva para um desfecho consensual.


Os vários retângulos proporcionam elementos gráficos sugestivos para aplicar em vários suportes gráficos. A palavra “circuitos”, per se, dá sentido à exposição e cria significados, i.e., permanecendo aberta e em tensão, é um gerador de novas energias. As sobreposições dos elementos e do lettering representam as várias camadas do processo criativo, experimentação, resiliência, avanços e recuos, que pontuam o percurso da arte, com momentos de paragem necessários, reflexão, compreensão e ativação, manifesto e deslumbramento. Este circuito contempla multitudes, práticas que aportam um lado inovador, outras que buscam preservar artes mais tradicionais e a sua promoção, num contexto multíplice que se reúne para gerar fluxo.


Durante a execução do material, estes elementos foram trabalhados com várias propostas, abrangendo características distintas – discretas ou vibrantes – até se chegar ao logótipo final. O verde vibrante (RGB) em contraste com o preto, remetem para as primeiras experiências em computador, mundos virtuais que se conectam com o mundo físico, num circuito que pretende ativar os sentidos do público, o elemento que conecta a exposição. A cor comporta visibilidade e chama a atenção para um núcleo criativo em constante experimentação.


Cartaz



Figura 2: Cartaz Final


O conceito do cartaz para a exposição “Circuitos: Exposição Média-Arte Digital” recorre a elementos visuais que evocam circuitos eletrónicos, figurando a fusão entre arte e tecnologia subjacente à média-arte digital. A figura da mão destacada sugere a interação humana com a tecnologia, remetendo tanto para o papel do artista quanto para o papel ativo do espectador.


A mão que interage com o circuito sugestiona curiosidade em relação à dimensão de interatividade essencial da média-arte digital, onde a participação do público é necessária para a fruição completa das obras. Esta abordagem sublinha a importância da interatividade nas obras deste âmbito, desafiando a passividade do espetador nas belas-artes tradicionais e acentuando a figura do espetador-utilizador.

Cada artefacto digital patente na exposição carrega uma marca humana. Nos circuitos, além do desenho e conceção, é o gesto pessoal do criador que lhe dá forma. A marca do gesto do artista confere valor à obra. A utilização de softwares e máquinas de comando digital requalifica e amplifica o gesto criativo dos artistas de média-arte digital. A figura da mão que entra no circuito digital, enfatiza a Interação Humano-Máquina, fundamental na média-arte digital, onde a tecnologia amplia as capacidades criativas e plásticas do ser humano, o artista.

Folha de Sala

Figura 3: Maquete da folha de sala, da exposição “Circuitos”, com QR Code para Espaço Expositivo (Link de acesso à folha de sala completa)


A folha de sala de "Circuitos: Exposição de Média-Arte Digital" materializa-se com duas considerações a sublinhado: (1) o fator da sustentabilidade e necessidade de proteção do ambiente, através da poupança de recursos e diminuição da poluição, (2) o fator da digitalização e das potenciais vantagens de experiência e interação que trazem aos utilizadores. Assim sendo, a folha de sala é concebida como um documento digital interativo, em formato de “.pdf” interativo, acessível através de QR Codes dispersos pelo espaço expositivo. Quando acedido, o documento apresenta a capa da exposição, contendo os seguintes conteúdos: título, logótipo e informações adicionais tais como a data e localização da exposição. Seguidamente, à medida que se procede ao scroll descendente, o utilizador contacta com o espaço/percurso da exposição desenhado de forma interativa para uma navegação fácil. Detalhando, o utilizador poderá clicar no nome dos artistas identificados na imagem-planta do espaço expositivo, “acionando a corrente”, e descobrir mais sobre o(s) seu(s) artefacto(s) – sinopse – e percurso(s) – biografia e fotografia. Outra funcionalidade otimizada desta interação é a capacidade de, rapidamente, voltar à página do Percurso, clicando em “Voltar para o circuito”.

 
Esta opção responsiva de “saltar” de página em página, navegando pelos artistas-espaço(s)-artefactos, permite as vantagens conhecidas pela interatividade digital, mas, também, remete para a caracterização dos eletrões: partículas subatómicas leves que se movem de forma ondulatória, cuja impossibilidade de identificar velocidade e posição de forma simultânea, confere uma destreza de interação com tendência a formar movimentos de mais e mais eletrões. Esta facilidade/capacidade é diretamente proporcional à capacidade de condução elétrica de qualquer material, neste caso, da energia da exposição.

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