3.2. Relatório PMAD: Gatilho

 

Relatório PMAD: Fase Gatilho

Introdução

O método a/r/cográfico de Veiga (2020), menciona a importância de um evento que se revela promissor na interconexão entre inspiração e razão, o Gatilho.

 

Todos os projetos artísticos têm um gatilho, um evento interno (de uma perspetiva neuropsicológica) ou externo (suscitado por estímulos externos) ou uma combinação de ambos. O gatilho cria ou manifesta conexões entre a inspiração e a razão, canaliza-as e conduz o artista à criação (Veiga, 2020, p. 5)


Assim sendo, este relatório destina-se a abordar a fase Gatilho do meu projeto de investigação, um momento definidor que orientou o projeto para uma nova dimensão conceptual do processo a/r/cográfico registado em Diário de Bordo (Gouveia, 2022b). Inspirado tanto pelo projeto ANAMNESE (Gouveia, 2022a) do meu mestrado em Design na Universidade de Évora quanto pela teoria dos Seis Graus de Separação (Travers & Milgram, 1969), este gatilho consolida a fusão entre Design, Média-arte digital e a interconectividade humana. 


Desenvolvimento

O projeto ANAMNESE (Gouveia, 2022a), desenvolvido em mestrado, focou-se na conceção de experiências empáticas através do Design. Posteriormente, o projeto revelou-se como gatilho, inspirando a continuação da minha investigação em doutoramento com enfoque ampliado na Média-Arte Digital, tal como é visível na entrada 3.0 Gatilho. A esta fase de investigação, denota-se a importância do subdesenvolvimento do espaço itinerante interativo pertencente ao projeto de mestrado e, ao qual, retorno para esta investigação, ainda que com potencial para uma revolução/modificação/alteração substancial que conceptual, quer física. 

 

Ao gatilho primordial acima mencionado, adiciona-se a descoberta subsequente da teoria dos Seis Graus de Separação (Travers & Milgram, 1969). Esta teoria emergiu como um gatilho complementar, enriquecendo a perspetiva do projeto na entrada 3.1. Gatilho. Inicialmente proposta por Frigyes Karinthy no conto Láncszemek (1927) e, mais tarde, testada e popularizada por Stanley Milgram (1929), a teoria propõe uma rede de conexões humanas globalmente interligadas, oferecendo um arcabouço teórico para investigar as interações e relações humanas em profundidade. A integração deste conceito no projeto de investigação em doutoramento oferta uma exploração das formas pelas quais a Média-Arte Digital pode visualizar e manifestar estas redes invisíveis de conexão, assim como, o potencial empático humano. 

 

Inspirado por ambos os gatilhos, o projeto visa a conceção de artefatos artísticos interativos que sejam catalisadores de narrativas imersivas, cada um representante de um subespaço específico que contem estórias que conectam pessoais e locais de um espaço delimitado. A ideia de limitar a sequência de estórias e delimitar o projeto a um espaço(s), reflete o gatilho dos Seis Graus de Separação, enfatizando que estamos todos mais conectados e próximos do que nos apercebemos. O projeto procura não só explorar a empatia e a memória afetiva, conceitos que reúne do gatilho primordial mas, também, investigar como é que as tecnologias digitais podem facilitar uma visualização mais profunda das redes humanas. 

 

Conclusão

Em suma, a fase do gatilho definiu o rumo do meu projeto, estabelecendo uma fundação sólida para a exploração da interconexão e empatia humanas pela Média-Arte Digital. A combinação/continuação do projeto ANAMNESE com a Teoria dos Seis Graus de Separação fornece uma abordagem com potencial inovador para a observação das relações humanas e, quiçá, a promoção de um entendimento mais profundo da nossa interdependência. 

 

Referências

 

Gouveia, A. (2022a). História e Estórias: Design de Experiências Empáticas. Universidade de Évora.

Gouveia, A. (2022b). Mad Project 1-0-1. Diário de Bordo. https://madproject101.blogspot.com

Travers, J., & Milgram, S. (1969). An Experimental Study of the Small World Problem. Sociometry32(4), 425–443. https://doi.org/10.2307/2786545

Veiga, P. A. da. (2020). A/r/cografia: A criatividade investigada na investigação criativa. Investigação-Experimentação-Criação em Arte-Ciência-Tecnologia, 51–74.

 

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